ATA DA NONAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 07-10-2010.

 


Aos sete dias do mês de outubro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sebastião Melo e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Maurício Dziedricki, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 73226, 73227, 73228, 73229, 73230, 73231, 73232, 73233, 73235, 73236, 73237, 73238, 73239 e 73240/10, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Octogésima Primeira, Octogésima Segunda, Octogésima Terceira, Octogésima Quarta, Octogésima Quinta, Octogésima Sexta, Octogésima Sétima e Octogésima Oitava Sessões Ordinárias e da Trigésima Sexta, Trigésima Sétima, Trigésima Oitava e Trigésima Nona Sessões Solenes. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, §4º, do Regimento, a tratar do uso correto da cadeira de transporte infantil em veículo automotor. Compuseram a Mesa: o vereador Mario Manfro, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, no exercício da Presidência; o senhor Carlos Alexandre Ávila, Secretário Municipal Adjunto da Mobilidade Urbana; a senhora Ana Maria Martins, Secretária-Geral do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – SIMERS –; e a senhora Diza Gonzaga, Presidenta da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Em continuidade, o senhor Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, incisos I e II, às senhoras Diza Gonzaga e Ana Maria Martins. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, os vereadores Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna e Toni Proença. Ainda, o senhor Presidente concedeu a palavra, para considerações finais, ao senhor Carlos Alexandre Ávila e às senhoras Ana Maria Martins e Diza Gonzaga. Às quinze horas e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e nove minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a vereadora Sofia Cavedon, no dia de hoje. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Aldacir José Oliboni e Bernardino Vendruscolo. Em prosseguimento, o vereador Haroldo de Souza formulou Requerimento verbal, solicitando verificação de quórum. A seguir, foi apregoado o Ofício nº 930/10, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 038/10 (Processo nº 3639/10). Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 107/10; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 154/10, discutido pelo vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Lei do Executivo nº 029/10 e os Projetos de Resolução nos 027 e 030/10, este discutido pelo vereador Reginaldo Pujol. Às quinze horas e cinquenta minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Mario Manfro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado à explanação sobre o uso correto da cadeira de transporte infantil em veículo automotor. Convidamos para compor a Mesa a Drª Ana Maria Martins, Secretária-Geral do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Simers; a Srª Diza Gonzaga, Presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, e o Sr. Carlos Alexandre Ávila, Secretário Municipal Adjunto da Mobilidade Urbana.

A Srª Diza Gonzaga, Presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, está com a palavra.

 

A SRA. DIZA GONZAGA: Boa-tarde! Cumprimento os Vereadores desta Casa e as demais pessoas do plenário; para nós, da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga é muito importante este momento, é o momento em que vamos colocar para os senhores uma campanha que nós, em parceria com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, pretendemos que salve muitas vidas, e, principalmente a vida de crianças. Porque nos primeiros anos de vida, de zero a quatro anos, 40% dos óbitos das nossas crianças são no trânsito e pela falta de equipamento; 70% desses óbitos poderiam ser evitados se o equipamento correto tivesse sido utilizado. Procuramos a parceria com o Simers, Drª Ana Maria, justamente porque achamos que a prevenção é o único caminho. As crianças podem ser descuidadas, mas os adultos, não. E pensando em proteger a vida das crianças, nós procuramos o Simers com uma intenção - e acho que este é o grande mérito deste Projeto em parceria com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul: nós vamos proteger as nossas crianças antes de elas nascerem. Nós queremos estar nos consultórios dos pediatras, dos obstetras, no pré-natal das gestantes, nos hospitais, fazendo parte da vida da gestante para que quando os bebês nascerem, já tenham a proteção, já tenham instalado no carro, como nos países de Primeiro Mundo, o equipamento correto, e é isso que nós queremos para o Brasil, isso que nós queremos para Porto Alegre e para o nosso Estado.

Esta campanha se chama “A segurança do seu filho está em suas mãos”. Nós não vamos falar de lei, não vamos falar para os pais do tamanho da multa que vão receber se não transportarem seu filho na cadeirinha, porque achamos que há maneiras de sensibilizar os pais tocando o seu coração, afinal, o abraço de um pai ou de uma mãe aconchega, aquece, conforta, mas, no carro, ele não protege. A única proteção para seu filho, no carro, é o uso do equipamento correto, e é dessa maneira que nós vamos chegar ao coração de todos os pais.

A EPTC vai fazer o seu trabalho, como tem feito, e espero que nesse aspecto da cadeirinha faça uma fiscalização eficiente, eficaz, e também que a punição seja exemplar, porque nós não podemos descuidar da vida de nossas crianças. Este Projeto tem o apoio do Simers, o adesivo (Mostra adesivo.) já está nas mesas dos senhores. Nele, nós transformamos a cegonha em borboleta; a cegonha já está um pouco ultrapassada! Então, é uma borboleta segurando um bebê, com os dizeres: cuidado, frágil! E o fôlder mostra a criança transportada no banco da frente, o que não é o correto, mas se puxarmos aqui (Mostra o folheto), o bebê passa para o banco de trás, porque a segurança dos nossos filhos vai estar em nossas mãos, como eu fiz aqui.

Com este Projeto, nós pretendemos atingir a totalidade das gestantes nas maternidades, nos postos de saúde e nos consultórios dos obstetras.

Quero também cumprimentar o Dr. Thiago, Vereador desta Casa, pela iniciativa de convidar o Sindicato Médico e a Fundação Thiago Gonzaga para estarem aqui hoje. Claro que, sendo Thiago, já merece a minha simpatia, ainda mais sendo Thiago com a letra agá, igual ao meu filho. O meu filho Thiago, nos seus dezoito anos, às vezes “perdia o amigo, mas não perdia a piada”; ele brincava dizendo que Thiago sem agá era falsificado - este não é falsificado, porque é um Thiago com agá, também! Dr. Thiago, quero passar-lhe às mãos um livro que eu escrevi, contando um pouco da história do meu Thiago, porque eu não resisto a um Thiago sem dar este livrinho. Quebrando o protocolo - nem sei se existe protocolo para isso! -, queria entregar-lhe este livro.

 

(Procede-se à entrega do livro.) (Palmas.)

 

A SRA. DIZA GONZAGA: De imediato, passo a palavra para a Drª Ana. Só que, de novo, vou fazer uma quebra de protocolo. Na semana que vem, na quinta-feira, estaremos lançando, no Rio Grande do Sul, uma campanha que vai unir os gaúchos: a Torcida pela Vida. Vamos colocar o Piffero, Presidente do Internacional, e o Kroeff, Presidente do Grêmio, de mãos dadas na Torcida pela Vida. No palco do Shopping Praia de Belas, nós vamos reunir jogadores do Inter, que vão entrar de mãos dadas com voluntários gremistas - e o contrário também -, jogadores do Grêmio com voluntários colorados, o Piffero, o Kroeff, e até cantores como o nosso Borghettinho, gremista, e o Fagundes, colorado, vão fazer trovas mostrando que, quando se fala de vida, o Rio Grande se une numa única torcida.

Estaremos, a partir de quinta-feira, dentro dos estádios, trabalhando exaustivamente, porque é lá que está a grande maioria dos que morrem no trânsito. Infelizmente, em 86,9% dos acidentes com mortes ou lesões há um homem na direção, ainda são os homens os principais envolvidos nos acidentes, e, embora as mulheres já estejam dentro dos estádios, nós sabemos que é um esporte que tem na sua torcida a grande maioria de homens.

Quero cumprimentar todos vocês, e agradecer por este espaço - Ver. João Bosco, também nosso parceiro, Verª Juliana, enfim, todos os Vereadores desta Casa que já nos apoiaram, aprovando aquela Lei que proíbe o consumo de bebida nos postos. Espero, também, poder contar com os senhores para que essa Lei da Cadeirinha, aprovada recentemente - e por isso nós estamos com essa campanha forte -, tenha algumas modificações. Precisamos que essa Lei também seja aprovada para o transporte de crianças em lotações, em transporte escolar e em táxis, porque, nesses tipos de veículos, não é obrigatório o uso de cadeirinhas, e aí a gente sabe que o perigo continua. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. ANA MARIA MARTINS: Obrigada pelo convite, é um prazer estar aqui na Câmara. Cumprimentando o Presidente, cumprimento todos os Vereadores e o público presente. Além de Secretária-Geral do Simers, sou pediatra, e, como tal, tenho acompanhado, na minha vida de 32 anos de formada, essa questão da mortalidade e dos acidentes com crianças. Quando a Diza nos procurou com a ideia de continuar lutando pela vida, e agora pela vida das crianças pequenas, desde a gestação, com a aprovação da Lei da Cadeirinha, nós, imediatamente, apoiamos e envidamos todos os nossos esforços e energias para participar e para que essa campanha tenha êxito. Essa campanha está baseada na conscientização das famílias, na mudança de pensamento e de cultura, e ao utilizarem o equipamento, já com o primeiro bebê-conforto - e eu já vou explicar cada uma delas -, elas iniciarão a mudança de cultura de uma geração que vai usar equipamentos de segurança de um modo geral e vão ser mais conscientes. Então, é um investimento que estamos fazendo de curto e de longo prazo.

Como já foi citado, a causa externa é o maior fator de morte de crianças a partir de um ano de idade - até os catorze anos -, causada por acidentes. Dos catorze aos dezenove anos de idade a causa é a violência, de um modo geral, incluindo também os acidentes.

Então, os pediatras estão engajados, via Sociedade de Pediatria, no esclarecimento das famílias para o uso do equipamento de segurança. Vou chegar mais perto das cadeirinhas para mostrá-las, porque o objetivo deste momento da Sessão Plenária é, exatamente, explicar o uso correto das cadeirinhas, aliás, não só da cadeirinha, mas dos equipamentos de segurança. Este é o bebê-conforto, que vai ser usado para crianças de até um ano, ou com até dez quilos. (Mostra cadeirinha.) Ele tem que ser usado dessa forma. (Demonstra como usar o equipamento de segurança.) Lá fica o vidro e a criança vai ser deitada, virada de costas para o vidro. E sempre deverá ser usado no banco de trás. O bebê-conforto não pode ficar balançando, tem que ser fixado pelos cintos de segurança que vão passar pelas laterais.

Quando a criança fizer um ano, ou atingir dez quilos, ela vai passar para a cadeirinha propriamente dita, que vai ser presa, restrita por esses cintos de segurança específicos, porque o cinto de segurança do carro vai prender só o equipamento. (Mostra a cadeira.) Claro que, para cada equipamento, a gente vai seguir a regra específica de cada fabricante, de como prender, mas a criança vai aqui.

A partir de quatro anos de idade, ou de dezoito quilos, ela vai passar para o que a gente chama de assento de elevação ou booster. (Mostra cadeira.)

Esta é a cadeirinha para crianças com até 7,5 anos ou trinta e seis quilos. (Mostra a cadeira.) O importante dela é que, ao invés de o cinto de segurança passar pelo peito da criança, ele passará em outra parte do corpo, para ajustar a altura, para que esse cinto não passe pelo pescoço da criança.

A partir dos 7,5 anos... Na verdade, há uma discordância dos técnicos com a Legislação. Foi mais prático para o Contran definir uma idade, porque era mais fácil para fiscalizar, mas nós sabemos que, aos 7,5 anos, a criança ainda não atingiu, pelo menos a maioria delas, a altura de 1,45m para fazer o uso adequado do cinto de segurança de forma que não seja prejudicial, ou seja, que não passe pelo seu pescoço. Então, o que nós recomendamos? Inclusive, nesse material que os senhores têm, no verso daquele fôlder, diz que, a partir de 1,45m, a criança continue sentada no banco de trás, é claro, e pode usar o cinto de segurança. Se ela tiver menos de 1,45m, ela continuará sentada nesse equipamento que se chama booster ou assento de elevação, sempre no banco de trás. (Mostra fôlder.) Outra discordância que a gente tem com a Lei é que ela coloca que até os dez anos a criança deve sentar atrás e, a partir daí, pode ir para o banco da frente. Nós recomendamos que só a partir dos doze anos ela seja liberada para sentar no banco da frente.

Então, são detalhes técnicos que as pesquisas e os estudos científicos demonstraram que são os mais indicados. Claro que nós entendemos que o Contran evoluiu bastante aprovando essa Resolução, porque assim nós temos já um parâmetro para proteger as crianças. Mas temos algumas coisas nas quais nós gostaríamos de ir além e que numa próxima regulamentação nós esperamos que elas sejam corrigidas: uma é a questão da idade para ir para o banco da frente, e a outra é a altura.

No que consiste a campanha? Com a campanha, nós queremos - e vamos -, via Sociedade de Pediatria, Sociedade de Obstetrícia, chegar nos médicos obstetras, nos seus consultórios, para que as famílias incluam nas compras do enxoval do bebê a cadeirinha, o equipamento de segurança. A outra maneira que nós vamos propor é fazer uma capacitação. A capacitação para as pessoas que já não têm mais filhos pequenos, funcionários de hospitais, maternidades, aprendam o uso correto do equipamento de segurança. Além da capacitação, o que nós queremos é sensibilizar as maternidades - e isso nós estamos fazendo através do Sindihospa - para que assumam para si a responsabilidade da segurança do bebê que sai do hospital. Que haja um funcionário para isso, como é em outros países: a criança não sai do hospital, se não estiver devidamente protegida pelo equipamento de segurança. Esse é o nosso trabalho daqui para frente, na conscientização das maternidades, na capacitação dos profissionais, na divulgação da Lei e do uso correto do equipamento de segurança.

Ficamos à disposição para perguntas, pois estou vendo que o tempo está-se esgotando. Muito obrigada, pela oportunidade. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Drª Ana Maria Martins, Sra Diza Gonzaga; Srs. representantes da Empresa Pública de Transporte e Circulação aqui presentes; senhoras e senhores; primeiro, quero cumprimentar o Ver. Dr. Thiago Duarte por nos proporcionar este momento e este exemplo. Eu também concordo que nós devemos trabalhar muito a educação no trânsito. No final da minha fala, vou tentar justificar uma parte desta argumentação com outro assunto.

É de suma importância que a gente discuta as regras de trânsito, as suas modificações, e as campanhas de forma exaustiva. Eu vejo que sobre esse último movimento que fizemos aqui em Porto Alegre, para trazer um pouquinho mais de educação ao trânsito, que é aquele do uso da mão para o motorista parar na faixa de segurança, precisamos prosseguir e investir um pouco mais na publicização disso tudo.

Muitas vezes, eu cito aqui o exemplo de que a última Secretaria do Município que fez um trabalho importantíssimo nessa área foi o DMLU, na época em que o Prefeito era Alceu Collares e o Secretário do DMLU era o Vieira da Cunha. Lá se criou o personagem “Urbano”.

Essas campanhas precisam ser retomadas, e também essa campanha da mão. Só o que nós não podemos fazer - e isso eu vou falar especificamente para os técnicos da EPTC que aqui estão - é aprontar uma campanha ou um projeto e trazer para os Vereadores, dizendo: “isto aqui os senhores têm que defender!” Não pode ser assim; tem que proporcionar à sociedade, de um modo geral - não só aos Vereadores, evidentemente -, a possibilidade de opinar sobre uma campanha, e então trabalhar em cima. Não podem trazer algo que se tenha dificuldade de comprar, porque aquilo que tu não compras tu também não vendes.

Eu não quero fazer uma crítica; pelo contrário, mas um incentivo para que se prossiga fazendo um trabalho de divulgação. Isso que as senhoras e os senhores estão fazendo aqui, hoje, é de suma importância, porque há, inclusive, uma insegurança, uma incerteza. Se pararmos um automóvel de uma família com uma criança dentro, nós veremos que muitos estão conduzindo de forma equivocada por não terem as informações necessárias. Então, faz-se necessário divulgarmos, começando pelos colégios, faculdades, entidades de classe de um modo geral, e tentar divulgar isso permanentemente.

Quero trazer aqui, Srª Diza Gonzaga, um outro assunto. Eu nunca a procurei, a senhora também nunca me procurou, por isso me sinto muito à vontade para falar sobre isso. Eu não ia falar, mas a senhora iniciou falando do seu filho, e falou de forma tão carinhosa e tão à vontade, que eu me encorajei para trazer novamente esse assunto que tenho trazido ao longo do primeiro e do segundo mandatos, que é a modificação que fizemos na legislação que trata das caçambas. Quero fazer um apelo aos técnicos da EPTC: se essa legislação não ficou de acordo, ainda que a tenhamos discutido com os técnicos, que a gente possa modificá-la; agora, o que nós não podemos fazer é deixar de aplicá-la. Muitas empresas se adequaram a esse novo regramento e outras não. Aquelas que se adequaram estão reclamando por que a lei está valendo para uns e não vale para outros. Tenho certeza que o Secretário Cappellari, que vem fazendo um trabalho bonito - como estava fazendo o Secretário Romano Botin, que mandou recolher vários equipamentos na Cidade -, com esta legislação, hoje, que traz todo um regramento, não só a cor, pois antes dela as pessoas estacionavam onde bem entendiam; hoje há todo um regramento, discutiu-se isso, até porque se entendeu - e é justo - que onde é proibido estacionar automóvel seja proibido estacionar as caçambas. Por outro lado, quando as caçambas atingem a sua carga, há um prazo para recolhê-las imediatamente.

Eu gostaria de falar mais sobre isso, mas aproveitei esta oportunidade, Srª Diza, para dizer que sempre estivemos voltados para fazer com que isso vigore em Porto Alegre, e é inadmissível que a gente ainda veja alguns equipamentos desses, sem as mínimas condições, espalhados pela Cidade e impondo risco à sociedade! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Mario Manfro; público que nos assiste, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nosso Secretário Adjunto da EPTC; Drª Ana Maria, nossa Secretária-Geral do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, uma amiga querida; e Srª Diza Gonzaga, Presidente da Fundação Thiago Gonzaga, pessoa muito lutadora da nossa comunidade, todos nós sabemos da sua luta e dela participamos, de algum modo. Enquanto Vereador e como médico, a gente não pode deixar de se manifestar, de auxiliar nessas campanhas, e, muito especialmente, de reconhecer o trabalho feito tanto pela Srª Diza Gonzaga, como também pelo Sindicato Médico, que já não é a primeira vez, nem é a primeira campanha que faz para salvar a vida das pessoas.

Ainda me recordo de que, acredito que há uns dois anos, lá na PUC, o Sindicato também promoveu um seminário importante sobre a questão da ingestão do álcool e da direção perigosa, principalmente que vem matando a nossa juventude; todo dia estamos vendo isto. Agora, estamos entrando na parte que diz respeito às nossas crianças, que, na realidade, são o nosso futuro. Essa informação que a Drª Ana Maria trouxe aqui, de alta relevância, informando que 40% dos óbitos de crianças pequenas chegam a ser em função do trânsito, isso é uma coisa que não podemos tolerar. Não podemos deixar que aquela criança, que tem toda uma vida pela frente, por falta de prevenção, por falta de atenção, simplesmente por um descuido cultural, não tenha continuidade na sua vida.

Agradeço muito a presença de ambas aqui. Realmente, nós, como representantes da cidade de Porto Alegre, e a Câmara Municipal, como instituição, temos que estar nessa divulgação também, e de maneira forte, porque a conscientização é importante. Quantos de nós, dos mais antigos, lembramos que não utilizávamos nem o cinto de segurança para adultos nos veículos automotores e não utilizávamos capacetes nas motocicletas? Quantas e quantas pessoas morreram em função disso!

É claro que o nosso trânsito mudou; é claro que temos uma circulação muito maior de veículos! Acredito que, em Porto Alegre, já devemos estar com mais de seiscentos mil veículos automotores; é muito difícil a situação do dia a dia. Está aqui a EPTC, que sabe o quanto é difícil reconhecer os engarrafamentos e as situações que o trânsito da Cidade atravessa, e atuar nessas situações de uma maneira direta e imediata. Cada vez mais, vamos enfrentar maiores problemas em nosso trânsito.

Temos que fazer um mea culpa. Na realidade, sabemos, por exemplo, que a 3ª Perimetral ficou devendo muito à sua constituição ideal e hoje já precisa de reformas grandes para que cumpra o seu papel, bem como a circulação de veículos na cidade de Porto Alegre realmente tem que ser revista, e temos que tomar medidas para evitar que, nos próximos anos, a Cidade pare.

Gostaria de dizer, também, da propriedade de essa iniciativa ter vindo do Ver. Dr. Thiago, o que não é à toa, porque ele é também um grande Líder aqui em nossa Casa, como médico, e leva também o nome Thiago, o que, com certeza, traz ao coração da família da Srª Diza, ao Régis, enfim, a lembrança do seu filho, o que nos enternece. Com certeza, vocês têm o nosso carinho, tanto da Cidade, bem como das pessoas que reconhecem o que aconteceu e que estão agora tentando atuar na prevenção. Toda prevenção tem que ser estimulada, seja no trânsito, seja na área da Segurança, na área da Saúde, enfim, temos que atuar preventivamente para termos realmente melhor qualidade de vida para todos os cidadãos e cidadãs.

Estamos aqui dando um exemplo, assim como o Sindicato Médico, a Fundação Thiago Gonzaga, da nossa preocupação real para fazer com que a qualidade de vida das pessoas seja melhor, para que possamos influenciar de uma maneira positiva. É claro que prevenção é uma coisa que nunca deu voto para ninguém, porque, na prevenção, ainda não aconteceu nada; nós simplesmente fizemos com que o pior não acontecesse, mas é aí que...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ver. Mario Manfro, na presidência dos trabalhos; ilustre Diza Gonzaga; Drª Ana Maria, nossa colega do Sindicato Médico; Vice-Diretor da EPTC, eu estava pensando em algumas coisas que a senhora estava colocando, Diza: todos sabem aqui que, neste ano, ganhei o meu principal prêmio - e não foi no domingo, Juliana. Domingo também foi um prêmio muito importante; mas esse foi há sessenta e quatro dias, quando nasceu a minha primeira filha, a Maria.

Eu estava acompanhando, lá no Sindicato também, quando conversávamos sobre esta campanha, que atua em uma parte muito importante, a da prevenção. Eu estava colocando exatamente o sentimento que a gente tem, como obstetra e como legista, conhecendo o início e o final dessa situação toda, com relação à preocupação que acabamos tendo, vendo a necessidade do uso da cadeirinha.

Quero dizer que a minha filha saiu da maternidade na cadeirinha. Com três dias, ela já saiu da maternidade na cadeirinha. Isso realmente é um trabalho de construção e de sensibilização dos profissionais, e começa, sem dúvida nenhuma, pelo obstetra. É importante que a gente converse com o médico de família, com o gineco-obstetra, que faz pré-natal tanto nas Unidades Básicas de Saúde, quanto nos PSFs, como também com aqueles que atuam no hospital público ou privado, e que eles possam ter essa clareza da necessidade do uso desse equipamento.

Agora estou licenciado, mas trabalhei por cinco anos como legista de Novo Hamburgo, e observava que no meu plantão, que era de domingo, das 20 horas, até segunda-feira, às 20 horas, quando eu chegava em Novo Hamburgo, eu sempre tinha uma necrópsia para fazer em função dos óbitos da BR-116. Nós observamos que, via de regra, aqueles indivíduos que mais sofrem traumas e que têm os traumas mais fatais são aqueles que são projetados para fora do veículo. Sem dúvida nenhuma, como vocês colocaram aqui no fôlder, se a criança está no colo da mãe, ela mais facilmente vai ser projetada para fora do veículo; no entanto, se ela estiver no banco de trás, isso dificilmente vai acontecer. A maior parte dos óbitos, quando a gente estuda o paciente politraumatizado, quando a gente vê isso em necrópsia, é de indivíduos que são projetados para fora do veículo, ou porque não utilizaram o cinto de segurança, ou porque não estavam adequadamente colocados na cadeirinha.

Então, eu acho que é importante, e vi isso neste Projeto; que possamos sensibilizar e construir um caminho a partir da sensibilidade de cada um naquilo que é mais importante para cada um de nós e que acaba sendo a nossa prioridade, que são os nossos filhos. Eu, antes de sessenta dias atrás, não entendia muito bem esses sentimentos. A partir de agora, eu entendo e posso falar com mais propriedade sobre isso. Então, que possamos ser formadores de opinião e que possamos atuar em todos os nossos fóruns, preconizando a prevenção e preconizando a segurança, principalmente no trânsito. Muito obrigado pela disponibilidade de vocês, muito obrigado a todos os colegas pelas palavras sábias...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente; Srª Diza Gonzaga, Drª Ana, nosso Vice-Presidente da EPTC, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, em primeiro lugar, eu gostaria de saudar a iniciativa do nosso colega, o Ver. Dr. Thiago, oportunizando esta Casa a fazer um debate muito importante com relação à prevenção dos acidentes e pela proteção da vida das crianças, mas que também possamos avançar na caracterização dos dados alarmantes apresentados hoje aqui.

Eu queria registrar o meu reconhecimento do trabalho de vocês no Vida Urgente, Diza. Eu tive o prazer de ouvir uma palestra, quando trabalhava no Serviço Federal de Processamento de Dados, eu era estagiária, e a senhora foi ali falar do problema do trânsito, do álcool e da direção, e continua desenvolvendo um trabalho brilhante nessa área de proteção da vida dos jovens, adolescentes, e agora com essa campanha na proteção das crianças. E também registro o meu reconhecimento ao Simers, que tem sido parceiro em várias lutas na Cidade, não só as lutas na Saúde, não só as lutas com relação à situação dos postos e do atendimento às especialidades, como também as lutas em geral, que são lutas para toda a sociedade.

Eu gostaria de registrar o apoio da nossa Bancada - e falo em meu nome e do Ver. Pedro Ruas, que me outorgou colocar os nossos mandatos e o nosso Partido à disposição da divulgação da campanha, na elaboração, junto ou coletiva, de novas campanhas -, seremos parceiros, e também, além de elogiar e prestar o nosso apoio, parece-nos que é muito importante trabalhar com essas estatísticas, Verª Juliana, que foram apresentadas com relação às mortes infantis: 40% delas são relacionadas ao trânsito. Na morte de adultos, no trânsito, 86% são homens; e também já li que as principais vítimas de acidentes que envolvem álcool e direção, em geral, são jovens.

Então, nós temos uma batalha árdua de conscientização da nossa juventude pela frente, que assim como eu e a senhora trabalhamos bastante nessa área, de buscar caminhos e iniciativas que permitam fazer esse alerta para os nossos jovens, pois, de fato, álcool e direção não combinam!

Segundo, parece-nos importante, também, propiciar iniciativas que ajudem na nossa luta. A iniciativa do Dia Mundial Sem Carro acaba ajudando no sentido de dar importância ao transporte coletivo de qualidade, seguro, com baixas tarifas, tanto na questão de prevenção de acidentes, porque em geral são mais seguros os metrôs, os ônibus, dependendo, evidentemente, da atenção à velocidade máxima; e também há a questão da preservação ambiental que nos parece muito importante.

A cada dia noventa carros são emplacados em Porto Alegre; eu conversava hoje com o Diretor-Presidente da EPTC, o Cappellari, e com o Celso Pitol, sobre a situação do trânsito da nossa Cidade, que está cada vez mais complicado. Isso ocasiona, além da incomodação, dos engarrafamentos, uma série de desentendimentos no trânsito que também são nocivos, tanto no sentido dos acidentes, como nocivos no sentido das brigas e problemas que acarretam na nossa Cidade, que podem ser evitadas com o emprego do transporte público de qualidade.

A questão da Lei das Cadeirinhas ainda é um desafio; aliás, eu quero parabenizar essa ideia da sensibilização que a Diza nos trouxe de não trabalhar com a questão das multas, de não trabalhar com a questão legal, mas trabalhar com a questão da sensibilização do pai e da mãe, da responsabilidade que está em jogo de levar seus filhos e suas filhas dentro do carro, e a necessidade de usar as cadeirinhas para todas as faixas etárias até os dez anos.

Eu vi uma reportagem - até gostaria de tirar uma dúvida - sobre a questão dos carros mais antigos, como o fusca, chevette, enfim, que teriam problemas de adequação. E não vi nenhuma resposta oficial no sentido de auxiliar as pessoas que são detentoras desses modelos de carro, de como afixar as cadeirinhas para proteger a vida dos filhos desses que têm carros antigos.

Então, quero elogiá-los, colocar-nos à disposição da campanha, e parabenizar pelo trabalho tão importante que vocês fazem, mostrando a garra, a coerência e a vontade de proteger a vida acima de tudo.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Toni Proença está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)

Quero cumprimentar o Ver. Dr. Thiago pela oportuna - como sempre - e brilhante sugestão, nos trazendo, aqui, a Diza, que representa a Fundação Thiago Gonzaga, a Drª Ana Maria Martins, e o Carlos Alexandre, para tratarmos do assunto relativo às cadeirinhas. Sem dúvida nenhuma, se trata de um instrumento de prevenção e segurança para as nossas crianças no trânsito.

Eu sempre procuro usar o caminho da negociação, da harmonia, da construção, do consenso, mas acho que existem alguns temas, na nossa sociedade, em que não podemos fugir da radicalização; e o trânsito é um desses temas.

É um absurdo o que vemos todos os dias na imprensa, principalmente nas segundas-feiras, quando abrimos os jornais e vemos as estatísticas das mortes por acidentes de trânsito em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em todo o Brasil. Refiro-me, em especial, a Porto Alegre e à Região Metropolitana. É inaceitável que a gente use o Poder Público, que constrói a infraestrutura, com o poder aquisitivo que melhora, como tem melhorado neste País, para comprar um automóvel e sair por aí ceifando vidas, e, às vezes, ceifando a própria vida.

Eu acho que nesse tema, e já referi isso, temos que radicalizar. Eu não sei nem como, não tenho nenhuma sugestão para dar, a não ser que se radicalize na prevenção e na segurança.

Eu gostei da ideia da Fernanda, de que a gente priorize o transporte coletivo, e acho isso verdade. No transporte coletivo, temos menos acidentes, menos mortes, menos feridos, menos prejuízos, portanto, para toda a sociedade.

Enquanto não chegamos a esse patamar, as campanhas são muito necessárias: como faz a Fundação, campanhas como fez a EPTC. E aqui vai uma crítica: não dá para parar com essa campanha! As pessoas se habituam que, esticando a mão, o trânsito vai parar, e ele não tem parado. Então, é uma bela campanha, uma boa iniciativa, mas se ela for diminuída ou suspensa, pode ter o efeito contrário.

Portanto, a minha sugestão à Prefeitura Municipal, à EPTC, à Secretaria de Mobilidade Urbana, é que a gente volte a investir nisso, volte a publicizar isso. Não existe melhor forma - e gostei muito daquilo que a Drª Ana Maria disse - de iniciar do que começar educando as crianças; daqui a dezoito anos essas crianças serão mais cuidadosas com seus filhos, com o trânsito e com todo o processo que, hoje, para nós, em vez de ser solução está se tornando um problema.

Eu queria deixar aqui, Sr. Presidente, uma sugestão: que se usasse a TVCâmara - e ontem mesmo se discutia aqui o seu pouco uso -, que se usasse este espaço nobre que é a TV Câmara para divulgar a cadeirinha, para divulgar as políticas e os projetos de prevenção e segurança no trânsito o tempo todo. Aí, sim, a TVCâmara estará cumprindo a função fundamental de informar e educar, pois só informando e educando nós vamos avançar nesse tema. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Não havendo mais oradores inscritos, eu passo a palavra ao representante da EPTC, Sr. Carlos Alexandre Ávila, que foi diversas vezes citado e, certamente, tem algumas respostas a nos fornecer.

 

O SR. CARLOS ALEXANDRE ÁVILA: Boa-tarde a todos os presentes; ao saudar o Presidente da Casa, Ver. Mario Manfro, estou saudando todos. Eu quero dar parabéns à Fundação Thiago Gonzaga pelo trabalho desta campanha, e ao Simers também, porque é uma campanha da maior importância na qual nós estamos totalmente engajados e temos o maior interesse em sermos parceiros.

Ouvi atentamente o Ver. Bernardino na sua solicitação de intensificar a fiscalização com relação às caçambas. Com certeza, ele pode contar com todo o empenho, toda a dedicação e todo o esforço da nossa Empresa no sentido de que a fiscalização realmente atinja os seus objetivos.

Eu também observei algumas outras manifestações, inclusive a questão da Verª Fernanda Melchionna, a respeito dos carros mais antigos. Existe alternativa para os carros antigos; depois, poderemos orientar a Vereadora, para que ela também possa orientar aquelas pessoas que necessitam.

Estão presentes aqui o nosso assessor parlamentar Celso Pitol, e dois agentes, o Verardi e o Padilha, que também estão à disposição para qualquer outro esclarecimento que possa ser feito.

Com respeito à campanha do sinal com a mão, que o Ver. Toni Proença comentou, está sendo programada uma nova edição, que será do mesmo porte, da mesma qualidade. E para aqueles que não sabem, essa campanha ganhou o Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito, pela qualidade e pelos resultados que obteve. A Campanha certamente vai ser retomada, com um modelo mais no sentido objetivo para dar continuidade e dar melhores resultados.

Agradeço novamente a oportunidade e o convite que nos fez o Dr. Thiago. Sempre que formos convidados aqui estaremos. Observei atentamente as solicitações de empenho da Empresa Pública de Transporte e Circulação para que se possa melhorar o nosso transporte principalmente quanto à segurança, que é o que todos nós desejamos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Antes de passar a palavra para as nossas palestrantes para as considerações finais, e também por uma questão de justiça, eu gostaria de enaltecer o trabalho realizado pelo Pitol. Eu tenho certeza de que falo em nome de todos os Vereadores, já que ele tem sido realmente incansável nos seus afazeres aqui. As nossas palestrantes estão com a palavra para as considerações finais.

 

A SRA. ANA MARIA MARTINS: Eu só tenho que agradecer o espaço e a oportunidade. Gostaria de fazer um complemento a uma observação que fiz. Como atendo no Conceição, eu atendi a uma criança que veio de um abrigo, trazida por um monitor e, como entusiasta da campanha da cadeirinha, eu perguntei se eles teriam trazido a criança na cadeirinha. Eles disseram que não, porque o veículo utilizado é oficial e esse não está sujeito à fiscalização, e, por isso, não estavam usando a cadeirinha. Eu acho que as nossas instituições de proteção à criança devem dar o exemplo. Eu não sei à que instância preciso ir! Acho que estamos no lugar certo. Onde tem que começar o exemplo? Nas nossas instituições. Essa instituição à que me referi era uma instituição de proteção. Era uma criança que veio de um abrigo para consultar comigo lá no Hospital Conceição. Eu gostaria de fazer este apelo: que essas crianças também estejam protegidas. Obrigada pelo espaço, e, se isso for resolvido, eu fico muito agradecida. A gente agradece pelas crianças. Obrigada!

 

A SRA. DIZA GONZAGA: Eu também gostaria de agradecer o convite para estar aqui nesta Casa, hoje, para colocar o que tenho dito quase diuturnamente: para nós a questão do trânsito, mais do que uma questão de Secretaria de Transporte, Polícia Rodoviária, é uma questão de educação, de mudança de cultura, e de toda a sociedade! Portanto, os Srs. Vereadores também estão convocados a fazer parte deste exército pela vida. Não é possível nós abrirmos os jornais nas segundas-feiras e - agora, depois de um feriadão que está se aproximando - vermos lá estampados que houve vinte, trinta mortos, como tem sido essa guerra do trânsito.

Só que esses números não são batatas, não são números frios. Para nós, da Fundação Thiago Gonzaga, eles têm nome, têm rosto. Lá na Fundação, nós atendemos mais de quatrocentas famílias nos grupos de apoio, e isso não é divulgado. São mais de quatrocentas famílias, médicas, advogadas, donas de casa, empregadas domésticas - porque trânsito não escolhe vítima e nem classe social -, que vão até a Fundação para tentar aprender a conviver com a perda de seus filhos. Porque, ao se perder um filho, nós não temos muito o que dizer, porque não é a ordem da vida. As pessoas dizem que o tempo ajuda, que o tempo diminui a dor, mas não é verdade; não tem nem nome para essa perda. Quando perdemos pai, somos órfãos; quando se perde o marido, se é viúva; quando se perde um filho, não tem nome. E não tem nome, Dr. Thiago, porque deveria ser proibido que os filhos partissem antes dos pais.

E acho que é por isso que, se tivesse essa lei, todo mundo ia segui-la, não precisaria a SMIC estar lá fiscalizando os postos de gasolina para ver se estão vendendo, consumindo bebida - um Projeto aprovado por esta Casa, que, infelizmente, vemos que em muitos postos estão lá consumindo bebida e nada é feito. Então, eu acho que está na hora de esta Casa também entrar nessa batalha, porque, senão, os perdedores seremos nós mesmos, a sociedade. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Agradecendo a presença da Srª Diza Gonzaga, da Drª Ana Maria Martins e do Sr. Carlos Ávila, suspendemos a Sessão para as despedidas. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h07min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro – às 15h09min): Estão reabertos os trabalhos.

Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico: Atas das 81ª a 88ª Sessões Ordinárias e das 36ª a 39ª Sessões Solenes. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, Líder da Bancada do PT, que solicita Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, 7 de outubro de 2010, para a Verª Sofia Cavedon, conforme atestado médico em anexo.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha a Sessão neste momento, quero aproveitar esta oportunidade que o Regimento nos oferece, de certa forma bastante extenso, são quinze minutos, Ver. João Bosco, para poder agradecer aqui o conjunto da sociedade gaúcha e porto-alegrense pela votação que eu tive nestas eleições. Tenho certeza de que esta Câmara de Vereadores teve um enorme peso político, Ver. Todeschini - que também foi candidato -, nas legendas dos partidos, levando em consideração a legenda do PT, que teve quatro candidatos: este Vereador, o Ver. Todeschini, a Verª Maria Celeste e o Ver. Mauro Pinheiro, que obtiveram juntos mais de oitenta mil votos. Sabemos que no PDT, o Ver. João Bosco, que nos faz sinal, a Verª Juliana Brizola, o Ver. Mauro Zacher e os demais candidatos, assim como das outras legendas, tiveram votos significativos que acabaram ajudando muito a construir e a eleger deputados nas suas bancadas e que vão para a Assembleia Legislativa. Então, a Câmara de Vereadores, olhando, de uma certa forma, de fora, elegeu só uma Vereadora, com grandes méritos, com um bom trabalho, mas outros “bateram na trave”, ficaram ali próximos, são suplentes, como é o meu caso, que fiquei como 3º Suplente da Bancada do PT, e como todo mundo diz - e o próprio Partido -, com possibilidades de serem chamados. Se assim acontecer, farei jus a esses votos merecidos, mas, com certeza, retribuirei com muito trabalho a todos os cidadãos e cidadãs que confiaram, e confiam, no trabalho dos nossos colegas Vereadores, como também dos Deputados Estaduais eleitos ou não.

Então, acho que é muito importante frisar aqui os meus 24.754 votos, que foram muito significativos, no total, lembrando que somente em Porto Alegre foram 16.855 votos. Isso é muito importante, porque reforça o trabalho que nós fizemos em Porto Alegre, porque, no conjunto das nossas estruturas, e acredito, de todos os Vereadores, Ver. João Bosco, Ver. Cecchim, nós não tínhamos como competir com os demais candidatos do interior do Estado. Porque precisaríamos de pessoas, teríamos que ter comitês, teríamos que ter uma enorme estrutura, e mais do que isso, vejam só, acho que aconteceu com V. Exas também, muitos dos candidatos, nas suas regiões, diziam claramente: “Nós somos daqui, nós somos desta cidade, deste município, votem nos candidatos regionais”. Mas esses mesmos candidatos estavam aqui em Porto Alegre com uma estrutura extraordinária. Será que eles vão lutar também por Porto Alegre? E nós percebemos que Porto Alegre está muito distante das necessidades da população. Nossas comunidades, Ver. Adeli, foram abandonadas; nós percebemos claramente que os serviços públicos, que deveriam retornar para o conjunto da população, não estão acontecendo como deveriam, seja por mérito dos impostos caros que pagamos ou pelo compromisso do Poder Público, já que, na campanha, aparecem milhares de sugestões na tentativa de dizer que, logo ali na frente, quem for eleito, vai resolver o problema da Cidade e daqueles que mais precisam.

Então, a eleição é uma grande reflexão. De certa forma, o cidadão tem o poder de colocar ou tirar do cargo aquele que, na sua opinião, é merecedor ou não. Mas creio que o maior compromisso que esses que se elegem têm é dar a contrapartida, o retorno à população, estando disponíveis para atender ao cidadão no gabinete, andando pelas ruas, para ouvir os cidadãos da Cidade e do Interior, possibilitando projetos importantes que tragam maior dignidade para a população.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Com alegria, lhe dou um aparte, Ver. DJ Cassiá.

 

O Sr. DJ Cassiá: Em primeiro lugar, Ver. Aldacir Oliboni, quero dar-lhe os parabéns pela sua votação. Aliás, já parabenizei todos os colegas aqui, mas agora, especialmente, o senhor. Ouvi atentamente o seu pronunciamento sobre a questão dos candidatos que vêm à Capital para fazer sua coleta de votos. Olha, Ver. Oliboni, eu fiz uma pequena reflexão sobre esta eleição e cada vez eu me convenço mais de que uma parte do eleitorado vota na imagem do candidato, infelizmente. Não estão votando mais naquele homem ou naquela mulher que têm um compromisso com a sociedade. Tem muita gente falando hoje do fenômeno Tiririca, que fez quase um milhão e quatrocentos mil votos. Sabem de uma coisa? Eu não condeno o Tiririca. Dou um exemplo do porquê disso: muitos outros que fizeram quase um milhão de votos, têm a ficha supersuja e não deveriam mais estar na política! Eu fui alvo de um enorme preconceito quando me elegi Vereador, vindo da própria mídia. Eu me lembro de uma frase: uma jovem na Câmara, um homem do futebol e um funkeiro, para tocar música. Eu nunca faltei a uma Sessão! Eu sempre estou aqui, eu participo de toda a agenda da sociedade e desta Casa; eu estou sempre dentro das comunidades. Então, eu acho que, antes de a gente fazer um julgamento, condenar, a gente tem que avaliar, Vereador, antes de votar. Eu quero dizer ao senhor que os quase vinte e cinco mil votos que o senhor recebeu, o senhor recebeu, porque o senhor tem um trabalho, o senhor recebeu pelo respeito que a sociedade tem pelo senhor. Talvez a nossa sociedade tenha que fazer uma reflexão e acompanhar as medidas políticas, como os seus eleitores fizeram. O senhor merece, e estou aqui torcendo para que o senhor seja Deputado, porque o senhor é um representante da nossa Cidade.

Agora, repito: piores do que o Tiririca tem muitos outros aí, que fizeram quase um milhão de votos! Eu acho que, antes de condenar, nós temos que ver o que vai acontecer! Esses outros que fizeram quase um milhão de votos a gente já sabe quem são. Muito obrigado.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. DJ Cassiá. Nós, que estamos no dia a dia ouvindo o conjunto dos cidadãos e cidadãs, sabemos, de fato, o que eles pensam e o que eles gostariam que os políticos fizessem, que são serviços em troca da grande confiança que eles dão no dia das urnas. Então, cabe a nós, sim, fazermos uma reflexão e nos voltarmos para o conjunto da sociedade, fazendo com que esta Cidade possa ser melhor, e que outros Municípios também possam ter, como retorno à contribuição que fazem, mais serviços para a comunidade.

Quero, num segundo momento, fazer um agradecimento, a pedido da nobre Deputada Federal Maria do Rosário, que passou por uma campanha muito difícil. Eu fiz uma dobrada preferencial com ela em Porto Alegre e, agora que passou a eleição, posso falar abertamente. Ela estava respondendo a um processo no Tribunal Regional Eleitoral sobre a eleição à Prefeitura de Porto Alegre. As contas do nosso Partido foram julgadas em função da Lei Eleitoral que, naquele momento, possibilitava que dívidas anteriores pudessem ser absorvidas, e é óbvio que, na prestação de contas, se falou a verdade. Mas é por essa verdade que, às vezes, a gente paga caro. Eu tenho certeza absoluta de que essa verdade acabou saindo muito caro para a Deputada. O TRE tentou impugnar sua candidatura, porque ela falou a verdade. A dívida, que já estava sendo paga pelo Partido, acabou refletindo na figura, na pessoa da nossa Deputada Maria do Rosário. Eu sou testemunha disso, porque nas centenas de agendas que fiz com a Deputada na Cidade, de dez pessoas, cinco perguntavam se, de fato, os votos deles seriam válidos, Ver. Adeli, Presidente do nosso Partido. Tenho certeza absoluta de que a votação da companheira Maria do Rosário, Deputada Federal do nosso Partido, seria quase o dobro dessa que ela teve, porque as pessoas estavam em dúvida se seriam validados os votos ou não. Os seus cento e quarenta mil votos, assim mesmo, garantiram sua vaga, e, com certeza, esse quadro é extraordinário para o nosso Partido. Mas tenho certeza de que o TRE cometeu uma injustiça, porque, no dia seguinte ao da eleição, deu o deferimento. Isso não podia ter acontecido; o que deveria ter acontecido é ter sido dado o deferimento um dia ou dois antes da eleição, mas não depois. Ela foi, com certeza, Ver. Adeli - e quero ouvir a sua opinião -, uma grande candidata, prejudicada nessa eleição.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Prejudicada foi ela, prejudicados foram a sociedade e o nosso Partido, de um modo especial. Sou Presidente da sigla em Porto Alegre, e, assim que recebi a presidência, em fevereiro, como tínhamos orientação jurídica de que o pagamento deveria ser feito pelo Partido, começamos a fazer os primeiros pagamentos, fazendo a arrecadação dentro das normas legais e estatutárias, porque, a qualquer momento, o Partido pode receber contribuições. Vossa Excelência sabe que nós fizemos um grande baile, fizemos uma janta, fizemos arrecadações e tivemos contribuições de militantes e simpatizantes. E várias das contas já tinham sido pagas quando iniciou o debate. Portanto, nós achamos os critérios adotados pelos Tribunais Eleitorais - não só aqui o do Rio Grande do Sul, o TSE em primeiro lugar - e as barbaridades que acontecem... Por exemplo, você ter que tirar um cavalete às 10 horas da noite e recolocá-lo às 6 da manhã - quando, de noite, não polui e, durante o dia, polui - é um barbarismo! Esse tipo de legislação eleitoral, esse tipo de campanha depõe contra a democracia, inclusive impede a expressão democrática daqueles que lutam para ter um cargo. Eu quero fazer com que, no próximo período, não apenas o meu Partido, mas que esta Casa, que é uma Casa política, faça um debate sobre a reforma política eleitoral.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. Adeli Sell. Vereador Haroldo de Souza, faço uma referência a V. Exª, pois é de sua autoria, junto com a Verª Margarete Moraes, uma lei para Porto Alegre sobre a questão da proibição das bandeirolas e dos cavaletes na nossa Cidade. Na eleição anterior a esta, a eleição para Vereador, nós não tínhamos essa disputa, portanto, houve uma certa universalidade, um certo respeito, e isso contribuiu para a limpeza da Cidade, coisa que não aconteceu nesta eleição. Houve uma desproporção não só pelo fato do visual, mas aqueles Deputados, ou empresários, ou cidadãos que têm um poder aquisitivo muito maior ou melhor do que o nosso deram uma estrutura e um tamanho extraordinários para a campanha, o que também fez diferença. Então, eu volto a dizer que, vendo isso, eu também sou pelo financiamento público de campanha, porque não é justo que alguns que têm um poder aquisitivo maior mantenham dois mil cavaletes na Cidade, e um Vereador que não tem condições mantenha cem cavaletes, por exemplo. Quer dizer, tem que haver um padrão de cavaletes, tem que haver um padrão para esse visual, coisa que foi um diferencial extraordinário. E aconteceu com todos os Partidos, não foi só no PT, no PDT, no PMDB, houve uma desproporção geral, inclusive condenada pelo conjunto dos cidadãos. Na grande maioria dos casos, mesmo após as 22 horas, esses cavaletes não eram retirados. Houve dias realmente muito complicados em função da chuva, do vento, fazendo com que esses cavaletes caíssem no leito da rua, no arroio Ipiranga e em tantos outros lugares, o que acabou, inclusive, causando alguns acidentes na Cidade.

Eu creio que é de extrema importância a Câmara se debruçar sobre uma lei eleitoral municipal, que prevaleceu na eleição anterior para os candidatos a Vereadores e Prefeito, coisa que não aconteceu nesta eleição para os demais cargos disputados. Então, é importante fazer essa reflexão, fazer esse movimento, para que nós possamos ter uma igualdade para todos os candidatos. Isso dá uma demonstração de poder econômico e, apesar disso, “muitos caíram do cavalo” - não é mesmo? -, Ver. Dr. Raul, a quem, com muita alegria, concedo um aparte.

 

O Sr. Dr. Raul: Ver. Oliboni, eu aproveito este momento para trazer o meu reconhecimento pessoal ao seu trabalho, muito especialmente em prol da Saúde na nossa Cidade, que, com certeza, reverteu numa quantidade expressiva de votos, que vai fazer com que V. Exª, tenho certeza, acabe lá na Assembleia Legislativa.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Dr. Raul. Se isso acontecer, pode ter certeza de que eu manterei uma relação forte aqui com a Câmara, para poder viabilizar muitos projetos importantes, como as UPAs 24 horas em Porto Alegre e em todo o Estado.

 

O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Também quero trazer um abraço a V. Exª pelo resultado das urnas - uma belíssima votação -, aos nossos colegas aqui da Câmara, à Juliana, que foi eleita; também quero agradecer pelos votos que fiz aqui em Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul, e quero registrar que falei sobre esse assunto dos cavaletes aqui durante o tempo todo, mas não repercutiu e não teve nenhum resultado mais concreto. Em Porto Alegre, o Código de Posturas proíbe cavaletes, e a Prefeitura não fez absolutamente nada! Foi uma vergonha ver o que tínhamos na Cidade! Obrigado.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. Airto. Volto a dar os parabéns à Juliana Brizola, que fez uma bela apresentação, uma grande votação, parabéns aos colegas Vereadores, e tenho certeza de que esse assunto será motivo para nós nos debruçarmos sobre o apoio de uma nova legislação que venha dar igualdade a todos. Muito obrigado, sucesso a todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, esta tribuna virou um muro das lamentações! Eu inicio meu pronunciamento, cumprimentando, de forma carinhosa, todos os Vereadores que concorreram nestas eleições.

Nós precisamos falar aqui sobre a forma como ocorreu esta campanha, sobre a questão dos cavaletes, enfim, sobre aquilo que se viu - toneladas de papéis na frente dos locais de votação -, do que, na verdade, os responsáveis são os nossos Deputados Federais, que poderiam ter feito a Reforma Política e não fizeram. E por que os Deputados, na sua grande maioria, não se jogam em defesa dessas alterações? Porque do jeito que está é conveniente a eles. Um Deputado Federal, para não se reeleger, só se for doente e incompetente ao mesmo tempo! Doente e incompetente! Por quê? Os Deputados Federais têm toda uma estrutura à sua disposição que não há como não se reeleger! Não há como não se reeleger! Então, lamentamos profundamente que os Deputados Federais não enfrentaram essa tão sonhada e necessária Reforma Política. Olha, se fizerem a Reforma Política, a Reforma Trabalhista vem atrás, a Reforma Tributária vem, e as outras também vêm rapidinho. A Reforma Política é o problema; esta é a que dificulta.

Antes de falar em outros assuntos, o Ver. João Bosco Vaz me fez uma provocação: “Não vai reclamar!” Ele disse de forma carinhosa, até porque ele sabe o assunto que eu vou tratar aqui, e me apoia muito. Mas, antes, eu preciso dizer do meu sentimento, Presidente Mario Manfro, pois o meu Partido e de outros Vereadores aqui, o PMDB, e o seu Partido, o PSDB, e do Ver. Luiz Braz, assinaram um atestado de incompetência nesta última campanha, porque conseguiram deixar de fora uma grande parceria, que era - com respeito aos demais Partidos - o PP, um dos grandes Partidos deste Estado e que não lançou candidato. Conseguiram fazer o milagre de deixar esse Partido fora - sem querer desmerecer, evidentemente, os demais Partidos. Um Partido com estrutura em todo o Estado, com cento e setenta Prefeituras, cento e quarenta e poucas Vice-Prefeituras ou algo muito próximo disso do que estou falando, e conseguiram deixar esse Partido sozinho, solteiro.

Com todo o respeito, acho que faltou um pouquinho de poder de articulação. E há aqueles interesses políticos que todos os Partidos têm, e que são interesses muito localizados, de lideranças que há dentro dos Partidos. Infelizmente, a gente não tem como negar que existam.

Falando ainda em Partido, nós, com certeza, lá no PMDB - e aqui não é um sentimento da Bancada; é um sentimento deste Vereador. Eu estou convencido, Ver. Dr. Raul, Ver. Haroldo de Souza, Ver. Idenir Cecchim e demais Vereadores que estão aqui, de que nós precisamos mudar a nossa direção partidária, tanto a estadual como a municipal. Nós precisamos mudar o comando; e não é por nada! É que esses que estão aí comandando já vêm há muitos anos. Eu acho que eles mesmos estão convencidos de que devem dar um tempo para outros.

Eu já começo a achar que, no Estado, quem tem que comandar o Partido é o Deputado Alceu Moreira. Este é o meu candidato, respeitosamente. É o meu candidato: Deputado Federal Alceu Moreira. O Alceu Moreira é um homem combativo, um homem que conhece política como ninguém, um partidário. Eu acho que chegou a oportunidade de nós... Eu, ao menos, vou apoiá-lo, se ele aceitar ser candidato a Presidente do Regional. E para Presidente do Municipal, do Metropolitano, também tenho candidato. Não sei sou acompanhado por colegas aqui de Bancada, mas este Vereador tem candidato. Meu candidato ao Metropolitano chama-se Valter Nagelstein; este é o meu candidato! E já vamos começar a trabalhar desde já. É um trabalho democrático. Vejo que o Ver. Haroldo de Souza também vai dar-me seu apoio.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Permito-lhe um aparte, carinhosamente, Vereador.

 

O Sr. Haroldo de Souza: Eu simplesmente queria dizer-lhe que também sou candidato.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, só para constar: o meu candidato ao Diretório Estadual chama-se Osmar Terra.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Vejo que já iniciamos uma provocação democrática.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria apoiá-lo com relação ao Valter Nagelstein, mas só acho que ele não é do PMDB, porque quem é do PMDB, na Secretaria, ele está botando para a rua.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Nós todos sabemos que o Valter é um homem muito eficiente. Com certeza, se ele está botando gente para a rua é porque ele está tirando da Secretaria o pessoal que, talvez, não esteja a fim de trabalhar; acho que é isso.

 

O Sr. João Bosco Vaz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só queria lhe dizer que V. Exª não foi muito feliz com o lançamento do seu candidato: levou chumbo; fogo amigo.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só queria voltar àquele assunto que já foi focalizado aqui, a respeito dos cavaletes. V. Exª mencionou que este Vereador e a Margarete Moraes fizeram a lei de proibição em relação à propagando nos postes. Eu estou vendo se foi incluída a proibição do uso de cavaletes. Se não foi, acho que nós nem precisamos tomar uma providência; penso que o TRE não vai mais permitir isso que aconteceu: toneladas de arame, madeira e plástico... O plástico vai para o aterro sanitário! Quantas toneladas de plástico irão para o aterro sanitário de Porto Alegre?! Eu acho que numa campanha nós deveríamos ter o direito de, por exemplo, o Ver. Bernardino ceder a casa dele para eu colocar uma placa. O.k., autorizado, e nada mais do que isso; o “santinho” na mão e o corpo a corpo, o resto é apelação para quem tem dinheiro para gastar, jogar para cima e ainda ser agressivo com os outros.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Ver. Haroldo. Para não “jogar só para a plateia”, a grande maioria dos Vereadores desta Casa que foram candidatos, usou cavaletes; então, vamos nos organizar. Muitos dos Vereadores desta Casa, que foram candidatos, usaram todos os equipamentos, usaram todos os meios que os demais usaram - eu queria fazer este registro.

Quero retomar um assunto. O Ver. João Antonio Dib está numa representação externa, mas vejo aqui vários Vereadores e a representação do Governo, da qual faço parte. Eu gostaria muito de dizer o seguinte: nós vamos votar aqui, nos próximos dias, Vereador - e eu sei que esta fala vai chegar ao Ver. João Antonio Dib, que é um Vereador muito atuante nesta Casa, como a grande maioria dos Vereadores que aqui estão e que aqui fazem o seu trabalho -, aquele Projeto que trata do vencimento do IPTU. Eu me considerava bem no apoio, quando eu senti que um Vereador desta Casa - ele trabalha muito com tributos - me disse da sua dificuldade de votar favoravelmente ao meu Projeto. Eu estou muito preocupado, por isso, novamente, venho fazer um apelo aqui: em Porto Alegre, o pagamento do IPTU, com desconto em parcela única, ocorre desde que o contribuinte, o devedor, enfim, aquele que deve pagar o IPTU, faça esse pagamento até o primeiro dia útil de janeiro. O primeiro dia útil de janeiro vem depois do dia 1º do ano, é evidente, normalmente depois de um feriadão. Então, mesmo para quem tem dinheiro, tem recurso sobrando, é um atropelo essa data. Agora, vamos tratar de um outro grande grupo, que é aquele grupo que não tem dinheiro disponível, que conta com o seu salário, que é o aposentado, é aquele que recebe de acordo com a CLT, até o quinto dia útil; ele não pode ficar sem ter essa oportunidade.

Dizem que no final de ano tem 13º salário, mas a grande maioria está comprometida com o seu 13º salário, e não é justo não proporcionarmos essa condição para a sociedade de um modo geral. O Secretário falou que há um problema de desencaixe financeiro... Olha, vamos combinar que não é assim!

Então, que não atendêssemos, que não aprovássemos o meu Projeto como ele está, mas que colocássemos duas condições. Ver. Haroldo, de repente, se antecipa para o dia 26 de dezembro, com 20% de desconto, e mantém-se o dia 10 de janeiro, com 15% de desconto. Nós precisamos disponibilizar às pessoas de um modo geral que tenham o desconto; é injusto da forma que está.

Na Grande Porto Alegre, nós vamos ver o Município mais próximo de Porto Alegre com desconto é Canoas. Sabem qual é o dia do vencimento? É o dia 11 de janeiro, com um desconto de 27%. Tem Município na Grande Porto Alegre que coloca esse pagamento com parcela única lá em maio, porque é interessante para ele. Por que Porto Alegre tem que ser diferente? Bom, aí disseram assim: ah! Mas em Porto Alegre a arrecadação do IPTU compromete uma parcela grande. Bom, isso também é uma prova de que o nosso IPTU está muito caro. Esta é a verdade! Não tem como esconder isso, nós sabemos. Agora, não dá para nós não trabalharmos para tentar atender. Não precisa ser como estamos propondo. Tudo bem, mas tem que haver um meio-termo. Não podemos aceitar essa ideia de que nada pode ser mexido.

Por outro lado, quero trazer um assunto de suma importância também, que foi um Projeto que aprovamos aqui, e cuja leitura vou fazer com calma, para mostrar, Ver. João Bosco Vaz, o que está acontecendo hoje. Quando trata do pagamento do IPTU de um imóvel que paga menos de dez UFMs - que hoje está em torno de vinte e cinco reais -, é facultado à Fazenda Municipal cobrar esses valores, Ver. Haroldo, quando achar que deve cobrar, porque é considerado um valor baixo. Diz, mais ou menos, assim: “...fica facultado à Administração Fazendária efetuar os lançamentos inferiores a dez UFMs”. Então, o que acontece? De repente, você tem um boxe, por exemplo - e isso aconteceu, nós acabamos descobrindo isso com o caso de um boxe locado no Centro de Porto Alegre, do qual nunca foi cobrado imposto. Nunca, é força de expressão, porque, de repente, a Fazenda resolveu cobrar, e aí inscreveu a criatura em dívida ativa, só que não é culpa dela. Então, é um assunto de que precisamos tratar aqui nesta Casa.

Agora, faço uma provocação ao Ver. Luiz Braz, que tem sido meu parceiro em alguns projetos da área tributária. Eu quero, Luiz Braz, fazer uma leitura a V. Exª do que consta no Projeto e no Decreto; isto aqui é muito grave! Eu sei que o Prefeito não tem conhecimento disso, mas nós vamos levar o assunto ao seu conhecimento. Ouçam o que diz o nosso Projeto, aprovado aqui nesta Casa, e que trata da compensação de tributo: “A Secretaria Municipal da Fazenda poderá efetuar a compensação, de ofício, sempre que verificar que o titular do direito à restituição tem débito vencido relativo a quaisquer tributos sob a sua administração”. Isso quer dizer o quê? IPTU, ISS e ITBI. Quer dizer, todas as vezes em que tu tiveres um crédito em um deles, tu podes ir lá e compensar com outro, porque a fonte cobradora é a mesma. Agora, o que consta no Decreto? “A compensação prevista neste artigo será realizada entre débitos e créditos decorrentes do mesmo tributo”. Um Decreto, Ver. Luiz Braz - V. Exª que me assiste atentamente -, não pode diminuir uma Lei! Eu vou voltar, Ver. Luiz Braz, e vou fazer a leitura. O que diz o Decreto nº 16.079, de 26 de setembro de 2008? “A compensação prevista neste artigo será realizada entre débitos e créditos decorrentes do mesmo tributo, à exceção do IPTU e TCL”, que é a Taxa de Coleta de Lixo. Isso aqui é o Decreto. A Lei diz que a Secretaria Municipal poderá efetuar compensação, de ofício, sempre que verificar que o titular do direito à restituição tem débito vencido a quaisquer tributos sob a sua administração. Então, o que estamos vendo aqui? Na verdade, quando nós propusemos isso foi para tirar um pouco da burocracia. Não tem sentido; se eu tenho um valor para receber, proveniente de um pagamento a maior de ISS, e eu vou pagar IPTU, e o sujeito que está me cobrando é o mesmo, que se compense internamente! Aqui, o Executivo está dizendo, através do seu Decreto, que eu só posso compensar se for o mesmo tributo, ou seja, se for IPTU, só com IPTU; se for ISS, só com ISS; se for ITBI, só com ITBI, diferentemente do que diz a nossa Lei.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acredito que V. Exª sempre faz projetos inteligentes, entregando a esta Casa a possibilidade de discutir. Com toda a certeza, vou me debruçar mais sobre a sua iniciativa, porque, é claro, sei que V. Exª legisla para melhorar aquilo que acontece hoje em nossa sociedade. Faço questão, sempre, de ser seu parceiro.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Normalmente, recebo elogios do Ver. João Bosco Vaz - hoje, ele não quis me elogiar -, mas acabei recebendo o elogio de V. Exª, e eu fico muito contente. O Ver. João Bosco confirma o elogio. Também o Ver. Pujol, que normalmente me elogia, hoje fica sério, mas tudo bem, agradecemos aqui.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu determinei ao Ver. Braz que elogiasse V. Exª.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Tudo bem, muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Sr. Presidente, olhando o plenário, nós já terminamos a campanha eleitoral e, mesmo assim, eu acho que o nosso plenário está vazio, portanto, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Se o senhor permitir, apregoo o Projeto de Lei do Executivo nº 038/10: “Inclui art. 4º-A na Lei nº 7.770, de 19 de janeiro de 1996, que dispõe sobre a admissão de pessoal, por tempo determinado, para atender necessidades temporárias de excepcional interesse público, consoante o que preceitua o inc. IX do art. 37 da Constituição Federal e o inc. II do art. 17 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e prorroga por 6 (seis) meses os contratos temporários dos Supervisores de Campo, Biólogos e Agentes de Combate às Endemias.”

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2461/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 107/10, de autoria do Ver. Paulo Marques, que institui linhas de transporte seletivo direto no Município de Porto Alegre, para o atendimento dos moradores dos Bairros Restinga e Belém Novo, e revoga a Lei nº 9.104, de 14 de abril de 2003, e o § 2º do art. 1º da Lei nº 9.229, de 9 de outubro de 2003.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3228/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 154/10, de autoria do Ver. Toni Proença, que obriga os estabelecimentos comerciais varejistas a exporem, juntamente com o preço dos produtos comercializados em frações de massa ou de volume, o preço correspondente a 1 (um) quilograma ou a 1 (um) litro desses produtos.

 

PROC. Nº 3242/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 029/10, que autoriza a doação de próprio municipal com área de 1.350,00m², proveniente do leito da Rua Dona Cecília, distante 130,00m da esquina da Av. Dr. Carlos Barbosa, ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

 

PROC. Nº 3381/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 027/10, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que concede a Comenda Porto do Sol à jornalista Maria José Vasconcelos de Souza, editora de ensino da Empresa Jornalística Caldas Júnior Ltda. – Correio do Povo.

 

PROC. Nº 3500/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 030/10, de autoria da Mesa Diretora, que inclui § 4º e revoga o § 1º do art. 2º da Resolução nº 1.299, de 13 de novembro de 1995, e alterações posteriores, dispondo sobre constituição e vigência da comissão que coordenará e organizará a programação da Semana da Consciência Negra e de Ação Antirracismo.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a impressão de que a Casa está vazia é um exagero. Os mais expressivos Vereadores da Casa estão presentes! Todas ou quase todas as Bancadas têm uma representação aqui: o PTB tem representação, o PMDB tem representação, o PPS tem, o PDT tem, o Democratas tem, e o PSDB está presidindo a Casa. Os vitoriosos da eleição estão comemorando e nós estamos trabalhando, é isso que eu quero acentuar para Vossa Excelência, Vereador. Está também o PT, o Partido dos Trabalhadores. O que importa, Sr. Presidente, é que nós não podemos, porque alguns estão ausentes, deixar de cumprir a Pauta, porque isso prejudica aqueles que apresentaram projetos e veem os mesmos ficarem paralisados na Pauta, porque não se cumpre o período de Pauta. O que aqui nós temos, hoje, em 1ª Sessão, um Projeto; em 2ª, quatro Projetos, que, com a minha intervenção aqui, e com a Pauta cumprida, eles ficarão com condição de serem encaminhados para as Comissões, e serem devidamente examinados. São Projetos aparentemente simples, mas eu vejo o seguinte: o Projeto de Resolução nº 30/10, de autoria da Mesa Diretora, que inclui § 4º e revoga o § 1º do art. 2º da Resolução nº 1.299, de 13 de novembro de 1995, e alterações posteriores, dispondo sobre constituição e vigência da comissão que coordenará e organizará a programação da Semana da Consciência Negra e de Ação Antirracismo. Obviamente, Ver. DJ Cassiá, que isso é um assunto importante, até porque a Câmara Municipal de Porto Alegre é a primeira Câmara do Brasil que sitiou a Semana de Conscientização da Negritude, com uma demonstração de que é uma Casa aberta. Paradoxalmente, faz isso na Capital do Estado, que é o Estado mais miscigenado nacionalmente; diz-se até que é o Estado mais ariano, mais branco do Brasil, é o Rio Grande do Sul. Mas, mesmo assim, nós temos um profundo respeito à raça negra, Ver. Luiz Braz - a quem, carinhosamente, chamo por um apelido muito familiar, de “nosso negrão”, de “negrão querido”. V. Exª tem nas suas origens alguma coisa, com muito orgulho, como todos nós temos orgulho desse fato. Nós somos o Estado da miscigenação racial, aqui a gente se integra perfeitamente bem.

Por isso, Sr. Presidente, eu quero agradecer-lhe, pois V. Exª Faculta, com o seu gesto democrático, singular, o cumprimento de uma etapa processual necessária. Na Pauta há mais assuntos que tratam de homenagens, mas há também matérias que não tratam de homenagem.

Há um Projeto, de autoria do Ver. Toni Proença, que obriga os estabelecimentos comerciais varejistas a exporem, juntamente com o preço dos produtos comercializados em frações de massa ou de volume, o preço correspondente a 1 (um) quilograma ou a 1 (um) litro desses produtos. Projeto que, no mínimo, merece a maior das atenções, e um grande debate em torno deles, e que, no máximo, deve ser, como almejo que assim o seja, por decisão desta Casa e sanção do Sr. Prefeito, transformado em lei para que cumpra os seus objetivos. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Desejando a todos os funcionários públicos um bom feriadão, e não havendo mais Vereadores inscritos no período de Pauta, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h50min.)

 

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